Mulheres em situação de
violência são infelizmente uma realidade no Brasil e, em tempos de isolamento,
elas enfrentam mais um problema: a dificuldade em denunciar os agressores.
Diante desse cenário, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB) lançaram ontem, quarta-feira (10/6) a campanha
Sinal Vermelho para a Violência Doméstica. A iniciativa tem como foco ajudar
mulheres em situação de violência a pedirem ajuda nas farmácias do país.
“O objetivo da campanha é
oferecer um canal silencioso, permitindo que essas mulheres se identifiquem
nesses locais e, a partir daí, sejam ajudadas e tomadas as devidas soluções. É
uma atitude relativamente simples, que exige dois gestos apenas: para a vítima,
fazer um X nas mãos; para a farmácia, uma ligação”, disse a coordenadora do
Movimento Permanente de Combate à Violência Doméstica do CNJ, conselheira Maria
Cristiana Ziouva.
O protocolo é, de fato,
simples: com um “X” vermelho na palma da mão, que pode ser feito com caneta ou
mesmo um batom, a vítima sinaliza que está em situação de violência. Com o nome
e endereço da mulher em mãos, os atendentes das farmácias e drogarias que
aderirem à campanha deverão ligar, imediatamente, para o 190 e reportar a
situação. O projeto conta com a parceria de 10 mil farmácias e drogarias em
todo o país. Confira aqui a lista com as redes de farmácia que assinaram o
termo de adesão à campanha.
A criação da campanha é o primeiro resultado prático do grupo de trabalho criado pelo CNJ para elaborar estudos e ações emergenciais voltados a ajudar as vítimas de violência doméstica durante a fase do isolamento social. O grupo foi criado pela Portaria nº 70/2020, após a confirmação do aumento dos casos registrados contra a mulher durante a quarentena, determinada em todo o mundo como forma de evitar a transmissão do novo coronavírus. Em março e abril, o índice de feminicídio cresceu 22,2%, de acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
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