Dieese calculou que o salário mínimo
ideal para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.736,26
O governo prevê um aumento do salário mínimo dos atuais R$
880 para R$ 946 no ano que vem, conforme antecipou o jornal “Agora”.
Isso representa um reajuste de 7,5%, que corresponde à
estimativa para a inflação acumulada de janeiro a dezembro deste ano, medida
pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
A estimativa está no projeto da Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO), enviado nesta sexta-feira (15) ao Congresso Nacional.
A fórmula para calcular o reajuste do salário mínimo
considera a inflação e a variação do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas
as riquezas do país, de dois anos anteriores. Porém, como o PIB do Brasil
encolheu 3,8% em 2015 e deve encolher também em 2016, o reajuste deve cobrir
apenas a inflação.
Em 2016, alta foi de
11,6%
De 2015 para 2016, o mínimo teve um reajuste de 11,6%: passou
de R$ 788 para R$ 880.
Essa alta teve impacto direto para cerca de 40 milhões de
trabalhadores e aposentados que recebem o piso nacional e, segundo o Ministério
do Planejamento, Orçamento e Gestão, a medida deve causar impacto de R$ 30,2
bilhões nas contas públicas neste ano.
Regra do reajuste vale
até 2019
A atual regra de cálculo do salário mínimo, que leva em conta
a inflação e o crescimento da economia, é garantida por lei até 2019.
No caso de aposentados e pensionistas do INSS, a regra vale
apenas para os que ganham até 1 salário mínimo. Quem ganha mais, recebe apenas
o reajuste equivalente à inflação.
O salário mínimo é usado como referência para os benefícios assistenciais
e previdenciários, como o abono salarial, o Benefício de Prestação Continuada
(BPC) e as aposentadorias e pensões do INSS.
De acordo com o governo, a cada R$ 1 de aumento do salário
mínimo, os gastos previdenciários e assistenciais sobem R$ 293,6 milhões.
A lei que criou o salário mínimo foi assinada em 1936, pelo
então presidente Getúlio Vargas. A legislação definiu o valor como a
remuneração mínima devida ao trabalhador, capaz de satisfazer suas necessidades
de alimentação, vestuário, habitação, higiene e transporte.
Porém, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de
Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o valor está longe disso.
Em março, por exemplo, o Dieese calculou que o salário mínimo
ideal para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.736,26.
O valor é 4,25 vezes o salário atualmente em vigor.
(Com Agência Senado)
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