O
relator da Organização das Nações Unidas (ONU), Juan Méndez, estará no
Maranhão para investigar casos de torturas e visitar presídios do Estado
após denúncias feitas em 2013 e 2014, ainda na gestão da ex-governadora
Roseana Sarney. O representante da entidade passará três dias
vistoriando centros de detenção, delegacias de polícia e penitenciárias
maranhenses para avaliar como o Governo tem lidado com essa situação.
Presídios de São Paulo, Brasília, Sergipe e Alagoas também serão
inspecionados.
A situação ocorrida na gestão da
ex-governadora Roseana Sarney, que chocou o país com cenas de barbárie
medieval, chamou a atenção dos órgãos internacionais para os problemas
vivenciados nos centros de detenção maranhenses. Em agosto de 2014, o
Mecanismo de Queixas do Conselho de Direitos Humanos da ONU acatou a
denúncia feita pelo Conselho Federal da OAB sobre as condições precárias
dos sistemas prisionais de alguns estados brasileiros, entre eles o
Maranhão.
A partir dessas denúncias, a ONU
organizou um grupo de trabalho com o objetivo de disponibilizar
mecanismos que assegurem a implementação de medidas, de modo a combater a
tortura dentro das penitenciárias brasileiras. Como parte do resultado
do trabalho feito pela entidade, o relator da ONU, Juan Méndez, fará uma
visita in loco ao Maranhão para identificar e examinar os maiores
desafios em relação à tortura dentro do sistema prisional, já que as
informações prestadas pelo governo passado em relação ao tema foram
insuficientes.
O representante da Organização estará no
Maranhão entre os dias 11 e 13 de agosto, quando deve visitar
penitenciárias, centros de detenção provisória, hospitais de custódia e
tratamento psiquiátrico, entre outras. Também estão previstas reuniões
com autoridades governamentais, organizações não governamentais,
operadores do Direito, supostas vítimas e familiares de vítimas, com o
objetivo de assistir o Estado na identificação de fatores que possam
contribuir para o fim tortura e fornecer soluções práticas para
implementação dos padrões internacionais.
Avanços no sistema carcerário
Desde o início do ano, o Governo vem
apresentando avanços significativos no sistema carcerário. O número de
mortes no Complexo Penitenciário de Pedrinhas diminuiu 71% em relação ao
mesmo período do ano passado. Paralelo a isso, as políticas de
reinserção de egressos ao convívio social trabalham com afinco nas ações
de oferta de assistência jurídica, de saúde, trabalho e renda, e
fortalecimento dos laços familiares de seus apenados em todo o Estado.
POR Jorge Vieira
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