Reportagem do site UOL Notícias mostra que nem a presença de 13 senadores investigados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na Operação Lava Jato e as buscas da Polícia Federal nas casas de quatro desses congressistas, entre eles o ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), foram suficientes para tirar da letargia o Conselho de Ética do Senado.
O órgão é dominado por aliados do presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos investigados no esquema de corrupção da Petrobras, e presidido pela quinta vez pelo senador José Alberto de Souza (PMDB-MA), aliado do ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB-AP) e ligado a Renan.
“Até agora não recebi nada”, justifica, quando questionado sobre a inércia diante das denúncias da Lava Jato. “Mas não vale recorte de jornal e revista. (O pedido) tem que ser robusto para ser levado aos senadores.”
O colegiado tem 16 senadores, a maioria de partidos citados na Lava Jato. “Os integrantes do conselho são escolhidos para que ele não funcione. Esse era um momento para ele estar funcionando. Trabalho, tem muito”, reclama o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Criado em 1995, o Conselho de Ética do Senado cassou apenas dois senadores: Luiz Estevão, em 1999, por envolvimento no desvio de recursos da obra do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP); e Demóstenes Torres, em 2012, acusado de favorecer o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. O saldo do conselho tem ainda três censuras verbais ou escritas contra Antonio Carlos Magalhães, Roberto Saturnino e Ney Suassuna.
Entre os senadores mergulhados no escândalo de corrupção investigado pela Operação Lava Jato está Edison Lobão (PMDB-MA), aliado político de João Alberto no Maranhão. De acordo com os depoimentos de delatores à Justiça Federal, o ex-ministro de Minas e Energia teria cobrado propina desviada da Petrobras em pelo menos duas ocasiões. O caso está nas mãos do Supremo Tribunal Federal (STF)
BLOG MARRAPÁ
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