Está proibida a
fabricação, importação e comercialização dos termômetros e medidores de pressão
que utilizam coluna de mercúrio para diagnóstico em saúde. A medida também
inclui a proibição de uso desses equipamentos em serviços de saúde, que deverão
realizar o descarte dos resíduos sólidos contendo mercúrio, conforme as normas
definidas pela Anvisa (Resolução de Diretoria Colegiada - RDC 306/2004) e
Órgãos Ambientais (Federal e Estadual).
A medida foi definida pela
Resolução de Diretoria Colegiada - RDC 145/2017, e entrou em vigor na
terça-feira (1/1). A proibição dos termômetros e dos esfigmomanômetros, como
são chamados tecnicamente os medidores de pressão, com coluna de mercúrio, é
resultado da Convenção de Minamata. A convenção foi assinada pelo Brasil e mais
140 países em 2013 e tem como objetivo eliminar o uso de mercúrio em diferentes
produtos como pilhas, lâmpadas e equipamentos para saúde, entre outros.
Riscos
à saúde humana e ao meio ambiente
O impacto da contaminação
do meio ambiente por mercúrio está ligado diretamente aos riscos para a saúde
humana provocados pela exposição ao mercúrio. De acordo com o estudo
Diagnóstico Preliminar sobre o Mercúrio no Brasil, a exposição a 1,2 mg de
mercúrio por algumas horas pode causar bronquite química e fibrose pulmonar em
seguida. (Sigeyuki et al., 2000).
Ainda segundo o documento,
o mercúrio pode causar problemas ao sistema nervoso central e à tireoide, caso
a exposição ao material ocorra por períodos longos. Dentre as formas do
elemento, existe o metil-Hg, que é a mais tóxica aos organismos superiores, em
especial aos mamíferos. O metil-Hg se acumula no sistema nervoso central,
causando disfunção neural, paralisia e pode levar à morte.
Substitutos
do mercúrio
Os termômetros e
esfigmomanômetros com coluna de mercúrio já vêm sendo substituídos no Brasil
por outras tecnologias. De acordo com um levantamento de junho de 2016, apenas
dois termômetros com coluna de mercúrio tinham registro na Anvisa, enquanto
foram identificados 63 registros de termômetros digitais.
O mesmo levantamento
mostrou que existia apenas um registro de medidor de pressão com coluna de
mercúrio contra 42 registros de esfigmomanômetros que não usam essa substância.
Você
tem termômetro com mercúrio em casa?
Os termômetros digitais
vêm substituindo os termômetros com mercúrio há alguns anos. Apenas dois
produtos desse tipo ainda têm registro no Brasil. No entanto, como é um produto
sem prazo de validade, é possível que algumas pessoas ainda tenham este tipo de
artigo em casa.
A quantidade de mercúrio
presente em termômetros de uso caseiro não chega a ser comprometedora, mas em
caso de acidentes, é importante tomar as seguintes precauções:
- Não permita que crianças brinquem com as bolinhas de mercúrio.
- Utilize luva e máscara e recolha com cuidado os restos de vidro em toalha de papel e coloque em recipiente resistente à ruptura, para evitar ferimento e feche hermeticamente.
- Localize as “bolinhas” de mercúrio e junte-as com cuidado utilizando um papel cartão ou similar.
- Recolha as gotas de mercúrio com uma seringa sem agulha. As gotas menores podem ser recolhidas com uma fita adesiva.
- Transfira o mercúrio recolhido para o recipiente de plástico duro e resistente, feche hermeticamente e cole um rótulo indicando o que há no recipiente.
- Recipientes que acondicionem mercúrio líquido ou seus resíduos contaminados devem estar armazenados com certa quantidade de água (selo hídrico) que cubra esses resíduos, para minimizar a formação de vapores de mercúrio.
- Identifique o recipiente, escrevendo na parte externa “Resíduos tóxicos contendo mercúrio”.
- Não use aspirador, pois isso vai acelerar a evaporação do mercúrio, assim como contaminar outros resíduos contidos no aspirador.
- Coloque o recipiente em uma sacola fechada.
- Entre em contato com o serviço de limpeza urbana do seu município ou órgão ambiental (Estadual ou Municipal) para saber como proceder a entrega do material recolhido.
Por: Ascom/Anvisa
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