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cada ano, 2,1 mil jovens entre 10 e 19 anos são assassinados em oito
capitais brasileiras: Belém, Fortaleza, Maceió, Manaus, Rio de Janeiro,
Salvador, São Luís e São Paulo. O dado faz parte de estudo divulgado nesta terça-feira (14) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Segundo o levantamento, a taxa de
homicídios de jovens nos bairros mais pobres das metrópoles brasileiras
chega a 136 mortes por 100 mil habitantes. Nas áreas mais ricas, a taxa
tende a zero. “O Brasil é o segundo país que mais mata os seus
adolescentes, perdendo apenas para a Nigéria. Isso tem que mudar.
Reduzir as desigualdades é reduzir os assassinatos dos jovens e
adolescentes brasileiros”, enfatizou a coordenadora da plataforma
Centros Urbanos do Unicef, Luciana Phebo.
O representante do Unicef no Brasil,
Gary Stahl, destacou que a maioria dos assassinados é homem, da cor
negra, tem de 16 a 18 anos e vive nas periferias das grandes cidades.
Outros indicadores mostram, segundo ele, que esses jovens passam por uma
trajetória de violações que termina com as mortes trágicas. “Eu acho
que não é coincidência que o perfil típico da criança fora da escola no
Brasil é homem, negro, de 13 anos, na zona rural, com pais analfabetos e
família pobre.”
Gary Stahl defendeu a adoção de ações em
prol da redução das desigualdades sociais como forma de mudar essa
situação. “Temos que começar com os serviços básicos em todo o Brasil.
Olhar de perto a situação daqueles mais excluídos, os negros,
quilombolas, ribeirinhos. Porque muitos deles buscam oportunidades nas
grandes cidades”, acrescentou.
O representante do Unicef destacou ainda
que, muitas vezes, essas mortes são tratadas com descaso. “[No Brasil,]
93% dos homicídios não são esclarecidos. Não sabemos quem matou, por
que matou. Se um país não investiga 93% dos homicídios, qual vai ser a
política que esse país vai adotar para reduzir o número de homicídios?”,
questionou.
Com informações da Agência Brasil
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