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Em matemática, de acordo com
o relatório, 70,3% dos estudantes brasileiros ficaram abaixo do nível 2 de
desempenho na avaliação patamar mínimo estabelecido pela OCDE (Organização para
a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) como necessário para que o estudante
exerça plenamente sua cidadania. Na prática, os alunos não conseguem responder
às questões da disciplina com clareza e não conseguem identificar ou executar
procedimentos rotineiros de acordo com instruções diretas em situações claras.
A média nacional nessa
disciplina foi de 377 pontos, muito abaixo da média da OCDE (490). Para se ter
uma ideia, os melhores colocados no levantamento tiveram médias de 524 (Coreia
do Sul), 516 (Canadá) e 511 (Finlândia). Em 2012, a média na mesma disciplina
foi de 389. Com isso, o país registrou recuo em seu desempenho.
Segundo a publicação, a
habilidade em matemática é definida como a capacidade individual de formular,
empregar e interpretar a matemática em uma série de contextos. Isso inclui o
raciocínio matemático e o uso de conceitos, procedimentos, dados e ferramentas
para descrever, explicar e prever fenômenos. Há seis níveis de proficiência na
disciplina.
Metade
dos alunos brasileiros continua com dificuldades de interpretação
Os dados do Pisa 2015 também
apontam que 51% dos estudantes não possuem o patamar que a OCDE estabelece como
necessário para que se possa exercer plenamente sua cidadania, considerando sua
capacidade de leitura. Eles não ultrapassaram o nível 2 dentro da escala de
avaliação.
Com isso, é possível afirmar
que os jovens brasileiros têm dificuldades em lidar com textos e documentos
oficiais, como notas públicas e notícias. Além disso, têm problemas para
interpretar informações e integrar contextos.
A pontuação do Brasil foi de
407, enquanto que os países da OCDE tiveram uma média de 493. A média
brasileira foi a mesma de três anos atrás, na última edição do Pisa.
Na outra ponta, os jovens
brasileiros têm mais facilidade em lidar com textos pessoais, como e-mail,
mensagens instantâneas, blogs, cartas pessoas e textos informativos. Eles
também são bons em localizar e recuperar informação dentro de um texto quando
necessário.
Com sua pontuação, o Brasil
teve o desempenho inferior ao de países como Canadá – que ficou em 1º lugar com
527 pontos, Finlândia (526) e Coreia do Sul (517).
O desempenho geral dos
estudantes brasileiros em leitura está abaixo da média da OCDE desde o início
das avaliações da disciplina, em 2000 – conforme mostra o gráfico acima.
Desempenho
em ciências segue estagnado
Em ciências, quando são
avaliadas a capacidade de lidar com conceitos, teorias, procedimentos e
práticas associadas à investigação científica, o Brasil contabilizou média de
401 pontos, valor também inferior ao dos estudantes dos países membros da OCDE
(493). Em relação ao Pisa anterior (2012), a média (402) não mostrou grande
diferença. O país seguiu estagnado, já que a variação foi de apenas 1 ponto.
Ao comparar com a série
histórica, nota-se que os brasileiros apresentaram um crescimento médio de 390
para 405 pontos entre os anos de 2006 e 2009. Mesmo assim, o desempenho dos
alunos também já se mostrava ruim.
Dentro da escala de
avaliação do ano passado, 56,6% dos jovens brasileiros tiveram desempenho
abaixo do nível 2, ou seja, eles não são capazes, por exemplo, de identificar
uma explicação científica, interpretar dados e identificar a questão abordada
em um projeto experimental simples de complexidade mediana.
Escolas
públicas federais ficam à frente das escolas particulares
Na separação dos resultados
do Pisa 2016 por rede de ensino, a rede pública federal obteve o melhor
desempenho, ficando alguns pontos à frente da média obtida pelos alunos de
escolas particulares.
Na área de ciências, a média
alcançada pelos alunos das escolas federais foi de 517 pontos, contra uma média
de 487 pontos dos alunos de colégios particulares. Em leitura, os desempenhos
médios foram de 528 e 493, respectivamente, para os mesmos casos. Já em
matemática, enquanto a média obtida pelos alunos da rede de ensino particular
foi de 463 pontos, os alunos da rede federal alcançam, em média, 488 pontos.
O desempenho dos alunos da
rede pública federal também superou a média nacional em cada uma das três áreas
avaliadas-- 401 pontos em ciências, 407 pontos em leitura e 377 pontos em
matemática.
Escala
de proficiência
O estudo de 2015 avaliou
23.141 alunos brasileiros (de 841 escolas), com idades entre 15 anos e 16 anos
matriculados a partir do 7º ano. O desempenho dos estudantes foi analisado com
base em sete escalas, que vão de 6, a mais alta, até 1, a mais baixa.
O
que é o Pisa
O Pisa busca medir o
conhecimento e a habilidade em leitura, matemática e ciências de estudantes com
15 anos de idade tanto de países membro da OCDE quanto de países parceiros. Ele
é corrigido pela TRI (Teoria de Resposta ao Item). O método é utilizado também
na correção do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio): quanto mais distante o
resultado ficar da média estipulada, melhor (ou pior) será a nota.
A avaliação já foi aplicada
nos anos de 2000, 2003, 2006, 2009 e 2012. A cada ano é dada uma ênfase para uma
disciplina: neste ano, foi a vez de ciências.
Dentre os países membros da
OCDE, estão Alemanha, Grécia, Chile, Coreia do Sul, México, Holanda e Polônia,
dentre outros. Dentre os países parceiros, estão Argentina, Brasil, China,
Peru, Qatar e Sérvia.
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